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Carol Rache

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Se você não faria uma sociedade ou não emprestaria dinheiro para alguém em quem não confia, me explica por que topa dividir seu recurso mais precioso, o tempo, com uma pessoa na qual você não tem confiança?

Relacionamento é sociedade.
É dividir a gestão e as aplicações daquilo que chamamos de VIDA.
É compartilhar a criação dos filhos.
É tomar um monte de decisões juntos.
É precisar ter muitas reuniões importantes.

Sociedade precisa de contrato, né?
Você desenha regras de conduta claras com seu parceiro, ou você espera que ele adivinhe o que você considera razoável?

Você perguntou a ele se as suas cláusulas fazem sentido para ele?
Você se perguntou se, na sua percepção sobre ele, ele tem disponibilidade para cumprir os acordos estabelecidos – sejam esses de monogamia, de respeito, de divisão de responsabilidades, de rotina?

Parem de romantizar os relacionamentos.
Existe, sim, uma parte que é romance.
Mas existe uma parte que é sociedade.

Sociedade sem o romance vira amizade.
Romance sem sociedade organizada vira bagunça, desconfiança e caos.

Sabe qual é o grande problema?
A vontade de preencher a família do porta-retrato ainda é maior que a disponibilidade de questionar as relações.

Sabe qual é o outro grande problema?
As pessoas esperam e cobram condutas de pessoas sem avaliar a disponibilidade delas para entregar essas atuações.

Você não vai obrigada ninguém a ser fiel agindo como detetive.
Não vai obrigar ninguém a te respeitar sendo chata.

Se vai se propor a entrar nessa sociedade chamada relacionamento, se proponha a sentar e discutir cláusulas. Se proponha a avaliar se o perfil do outro é alinhado com o seu.

Não é razoável pensar que não faria sociedade profissional com alguém em quem não confia e partilhar a própria vida com uma pessoa cujo perfil não te transmite tranquilidade.

Ninguém está imune a nada, ok? Empresas quebram. Relações terminam. Pessoas erram. Sociedades de todos os tipos se desfazem.

Mas que, pelo menos enquanto dure, traga paz, e não tormento.