Já magoei. Já fui magoada. Já guardei muito ressentimento a sete chaves, bem no fundo do coração, respaldada por argumentos que me faziam sentir que eu tinha razão.
A mágoa vem da sensação que alguém nos puxou o tapete e bagunçou nossa vida, nossas emoções, nossos planos. Ou de que determinada pessoa não agiu conosco da forma como nós agiríamos com ela. Como se todo mundo à nossa volta tivesse a responsabilidade de sustentar nossas expectativas.
Vamos entender um pouco mais sobre esse sentimento que afeta tanta gente?
Por que sentimos mágoa, mesmo sem querer?
O mundo não existe para nos agradar. As pessoas não existem para satisfazer nossos anseios. A vida não está aqui para desenhar um conto de fadas em torno de nós. Muito pelo contrário.
Existe uma única pessoa que tem o poder de nos desorganizar: nós mesmos. Se outra pessoa está fazendo isso, devemos repensar o porquê de estarmos dando a ela esse poder. “Ninguém pode bagunçar sua casa, se você não entregar as chaves”.
A mágoa vem acompanhada da crença de que fomos vítimas de alguém. E essa concepção nos tira da responsabilidade que temos pelas situações nas quais nos colocamos.
Ao invés de sair por aí cobrando atitudes diferentes das pessoas, ou desabafando com os amigos sobre o quão magoado você está, que tal parar, respirar e se perguntar: Como foi que EU me coloquei nessa situação?
Como evitar a mágoa?
Hoje, prefiro respeitar a liberdade do outro de ser e agir como achar melhor. Cresci muito quando compreendi que as pessoas são livres para ser o que quiserem – inclusive para serem desonestas, mentirosas ou maldosas.
Cabe a mim ponderar quais relações vão de encontro aos meus valores e quais atropelam minhas verdades. Sem mágoa, sem ressentimento, compreendendo apenas que, se cada um vê a vida de uma forma, cada um vai agir e reagir de uma forma diante da vida. E tá tudo certo.
Ao invés de construir uma história que te dê aval para se sentir magoado, desconstrua as histórias que você vem se contando e que te colocaram na situação em que você se encontra hoje.
Quem te magoa não são as outras pessoas. É o seu ego, que ainda espera que as pessoas devam ser coerentes, puras e bondosas como você gostaria. A notícia triste é: ninguém vai ser tão bom assim. Nem você mesmo.
As pessoas que despertam nossas sombras estão, na verdade, nos fazendo um grande favor. Nos mostram onde ainda estamos presos. Fazem despertar em nós personalidades que abrigamos, e nem conhecíamos.
Nos permitem tomar consciência do quanto somos carentes, dependentes, julgadores, rígidos, vitimizados e orgulhosos.
Use seus padrões tóxicos a seu favor. A mágoa que você sente diz muito sobre você. Pergunte a ela qual parte de você ainda sente que as pessoas deveriam caber nas suas expectativas.
Questione se a sua criança interior não está dando “piti” porque não sabe se preencher de si mesma e deposita sua carência em terceiros. Observe se seu ego ainda acredita que o mundo gira em torno do seu próprio umbigo.
Toda vez que a mágoa bater na sua porta, perceba qual parte de você precisa crescer. Afinal, “a mágoa é o piti dos fracos.”
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