Categories: Blog, Carreira, Coaching

Carol Rache

Share

Os coaches motivacionais que me perdoem, mas vou contrariar. Vim, hoje, te lembrar que você não é foda, e nem deve querer ser.

Para sustentar uma autoimagem que te projete como “foda”, você certamente precisa esconder suas fragilidades, medos, incoerências e sombras. Você precisa negar sua humanidade, e se convencer de é preenchido apenas por competências luminosas. Será que isso é possível?

Somos todos feitos de luz e sombra. Nossas versões evoluídas coexistem com nossas versões limitadas. E uma não anula a outra.

É claro que é importante reconhecermos a nossa luz e termos consciência do nosso valor. Contudo, existe hoje uma tendência forte a nos projetarmos de forma mais pronta, mais madura e mais preparada do que de fato somos. Fazemos isso porque queremos aplausos.

Escondemos nossas fragilidades com medo de que elas passem a nos definir diante de nós mesmos e dos outros. Acreditamos que é tudo ou nada: ou somos fodas, ou não temos valor.

A tentativa de “ser foda” é uma tentativa de fixar-nos apenas nas nossas versões mais admiráveis. Mas, como não é possível ser apenas luz, acabamos maquiando nossas partes menos belas, e criando uma autopercepção incompleta a distorcida.

Sei que parece que, ao afirmar-se como “foda”, você está construindo autoestima. Mas, como a própria palavra diz, autoestima tem mais a ver com possuir estima por si, do que com receber aplausos.

E você só será capaz de se estimar quando se der o direito de possuir todas as características que nos são próprias – as boas, e também as ruins. Isso, sim, é ser foda.