Está na moda falar sobre amor desinteressado. Prem Baba usa muito o termo no seu livro, “Amar e Ser Livre”, e eu acredito que esse foi ums dos catalizadores que colocaram esse assunto na boca do povo.
Parece um papo super altruísta, né? Amar o outro, sem interesse nenhum na correspondência, ou no que se possa receber de volta. Coisa de gente muito evoluída, muito despreendida.
Nem tanto.
Amor desinteressado é um tipo de amor saudável, e sustentável.
O primeiro componente é o respeito à liberdade do outro. O outro pode ser e agir como quiser. É um ser humano livre. Livre para ter seus próprios valores e escolher suas condutas. Livre para ter sua visão de mundo. E livre, até, para não te amar de volta.
Você pode se dedicar com todo seu empenho para fazer bem ao outro, mas isso não imputa uma obrigação de que ele faça o mesmo. Por isso, se as boas ações dirigidas à alguém buscam por correspondência, elas são, na verdade, egoístas. Você faz o bem ao outro para receber algo de volta. Ou seja: seu objetivo final é satisfazer o alguma necessidade sua. Faz sentido?
Muitas pessoas buscam relações que preencham as próprias expectativas. Querem alguém que preencha seus vazios, e cubram sua carência, sua vaidade, sua necessidade de atenção, conexão, poder. E isso não é amor. É apego. Você “ama” a pessoa enquanto ela satisfaz suas expectativas. Quando isso deixa de acontecer, o amor acaba. E essa pessoa pode ser facilmente substituível por outra que preencha seu vazio com mais acertividade. Nesse caso, você não ama a pessoa. Você ama a sensação de ter suas expectativas atendidas.
Já viram isso acontecer?
Já aconteceu comigo. E já aconteceu com muitas pessoas próximas. Simplesmente porque não tinha tomado consciência desse padrão, e por isso não criei estratégias para quebrá-lo.
É essencial passo para qualquer transformação é tomar consciência dos padrões que te impedem de ser quem você prefere ser. Ou viver a vida que você prefere viver.
Um antídoto para a armadilha tentadora de construir uma relação baseada no atendimento suas próprias necessidades é assumir a responsabilidade de “curar as próprias feridas”. Ninguém é responsável por preencher seus vazios, além de você mesmo.
Escolha uma atividade que te preencha. Uma carreira que faça sentido, que te traga realização, e não apenas dinheiro. Viva uma vida autêntica, que tenha ressonância com quem você é, e não com o que esperam que você seja. Dê sentido para tudo que você fizer.
Ser feliz e realizado é uma escolha. Não abra mão do direito de escolher, e não transfira para ninguém o comando do seu destino, e da sua felicidade. Isso vai te fazer uma pessoa mais inteira, mais preenchida e mais realizada. E é isso que vai fazer toda diferença nas suas relações.